sexta-feira, 19 de novembro de 2010

na minha frente

Passei rapidamente e notei uma pessoa que não me era estranha. Voltei, olhei e reconheci. Ele demorou um pouco para lembrar de mim. Mas logo já estávamos íntimos, como nos velhos tempos.

Eu, um pouco exaurida com os últimos e recentes acontecimentos, logo despejei sobre ele toda a minha angústia daquele momento. Ele me ouviu, mas também falou.

E como foi bom ouvir aquele sotaque, em segundos estava de volta ao lugar onde nasci, por alguns minutos era lá que conversávamos despretensiosamente, por instantes estive mais calma e tranquila. Por pouco tempo, ele me fez feliz. Hoje foi ele que me fez sorrir.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Gravelover's



(descoberta musical - Mola 2010)

Graveola e o Lixo Polifônico + The Dead Lover's Twisted Heart = Gravelover's

falta

me toca de novo
preciso sentir o teu cheiro

me pega de novo
preciso sentar no teu colo

me abraça de novo
preciso ouvir tuas leituras

me beija de novo
preciso estar do seu lado

me escuta de novo
preciso caminhar pela praia

me fala de novo
preciso dos teus pensamentos

me mostra de novo
preciso ver tuas dores

me chama de novo
preciso do teu olhar cúmplice

me junta de novo
preciso da tua mão

me traga de novo
preciso do teu sentimento

dos teus dissabores

mas, mais

do teu riso

preciso dos meus.

com.posições.políticas (2)

Ontem foi o último dia do seminário. E preciso escrever que continuo com perguntas sem respostas, mais que o tempo e novas leituras poderão me ajudar.

Mas, concluo que no último dia escutei coisas mais próximas dos meus pensamentos, e a minha compreensão foi melhor. Além, de assistir um espetáculo que me provocou uma inquietação em relação as perspectivas. Sigo perguntando: Para onde vamos? Para onde queremos ir?

sábado, 13 de novembro de 2010

com.posições.políticas

Estou participando de um seminário que acontece dentro do festival panorama de dança. Hoje foi o segundo dia de seminário e minha cabeça está a mil, por necessidade de botar pra fora o que tenho dentro de mim. Resolvi me expressar por aqui. O seminário termina no feriado de segunda-feira e talvez depois volte para comentar sobre algo mais ou não.

Alguns temas:

O que significa fazer arte política hoje?

Daniela Labra trouxe a seguinte questão: Onde estão os subversivos? (imagens comentadas) – Para Daniela perguntei uma coisa que eu e minha irmã conversamos muito. Como que a curadoria escolhe dentre as obras pensadas, feitas, produzidas pelo artista destinadas a experimentação, intervenção, interação com o público (só desse jeito é que a obra se realiza); o curador escolhe ou seleciona aquela que assim será e muda toda a perspectiva das outras que ficam para serem observadas. É uma questão para pensar, debater, etc. A Daniela me respondeu que isso não diz respeito, diretamente, a curadoria e que é uma questão muito mais complexa. Então, perguntei para pessoa errada. Por isso, eu e minha irmã continuamos sem resposta.

Marcelo Expósito fez uma fala muito politizada, crítica e fora de eixo, o que acho muito positivo, acho o desequilíbrio necessário quando falamos de política. Cheio de perguntas. Sobre o tema, Expósito abordou sobre os signos, símbolos dos movimentos sociais que considera relevantes e comentou imagens impactantes. Para Marcelo fica a minha afinidade em relação ao seu modo de pensar politicamente.

O desafio é politizar o corpo que dança

A minha mesa mais esperada e de onde vem essa necessidade de escrever sobre o tema. Minha questão (ou questões) acho que é bem simples. Não fiz pergunta, porque fiquei com vergonha. Sou de uma família politizada, de uma família que fez e que faz política, para ser mais específica, política de esquerda. Sempre tive interesse por política, comecei a militar no movimento estudantil muito cedo, etc. E também estive envolvida com a arte, especificamente a dança, desde muito nova. Porém, não entendia ou não sabia como era ou como ser um corpo político em cena, ou ser um corpo político.

Depois de estudar dança, e depois que cresci mesmo, amadureci, entendo e compreendo que para quem tem uma relação muito próxima com a política, age (ainda que não acredito ser naturalmente) e atua politicamente. Independente de sua escolha, digo artística ou não. Então, me pergunto: e para aqueles que não tem uma familiarização com a política, como fazer para politizar o corpo que dança? (continuo sem resposta).

Quem sabe até o final do seminário eu saiba.

http://www.cpp.panoramafestival.com/

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

música




dois

dois (2) é o meu número preferido
dois (2) é o par perfeito
dois (2) é o número de irmãos que eu tinha até o ano passado. Agora tenho três (3).
dois (2) é o número de pés que eu tenho e que me levam para os lugares mais lindos.
O dois (2) me divide
quero me virar em duas
sou do signo de gêmeos
quero estar em dois (2) lugares ao mesmo tempo
quero um (1) pra ficar junto de mim, e sermos dois (2)
quero festa de aniversário de criança
e casamento
sou dois (2) porque não sou uma

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eu não estava quando pediram pra gritar
não estava quando pediram pra falar o que eu não sabia
estava quando pediram pra cuidar de alguém
quando pediram pra sorrir
pediram pra calar
pra ouvir
ouvir minha solidão