domingo, 29 de maio de 2011

Honestidade

Deve ou deveria ser uma necessidade humana.
Deve ou deveria ser uma condição humana.

................

Dicionário:

honesto

Adjetivo.
1.Honrado, digno.
2.Íntegro, probo.

sf. ho.nes.ti.da.de

............................

"O mais difícil para um homem honesto não é cumprir o dever, é conhecê-lo".

"Aquele que perde a sua honestidade já não tem mais nada a perder".

..........................



"Viver feliz não é mais do que viver com honestidade e retidão".

(Cícero)

Leon

Trotsky


Ontem vi uma bandeira do Trotsky na Escola Livre da Palavra. E me veio em pensamentos, no meio daquela gente toda, um tempo que não volta mais.

O tempo que vendíamos camisetas no sinal. Éramos militantes. Éramos revolucionários. Éramos utópicos. Éramos uma tropa.

Eu particularmente gostava muito da camiseta que tinha a foto do Trotsky com a seguinte frase:

“Ela virá, a revolução conquistará para todos o direito não somente ao pão mas à poesia”.



Hoje não vendo mais camisetas no sinal. E não sei mais se acredito em revolução. Ainda que segundo Trotsky "as revoluções são impossíveis até que se tornem inevitáveis".

Hoje tenho novos companheiros e me arrisco em tentar colocar um bloco de samba na rua. Me arrisco muito. E erro mais.

Obrigada amigos (de luta).

................................





(foto antiga)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

coisas do rio

No rio é assim:

posso conseguir entrar no show do Arnaldo Antunes, de graça, e preferir não ficar ali;

posso ver o Paul McCartney, por acaso, no Copacabana Palace;

posso demorar horas pra pegar um ônibus em Copacabana pela péssima implantação de um novo sistema, que pensa em tudo, menos na população civil;

posso ver gente brigando no ônibus, dando crédito para "cobradores e motoristas", que infelizmente não conseguem perceber que também são explorados e que passe-livre estudantil e gratuidade na terceira idade (passe-livre para idosos) são direitos e não favores.


sempre

(sou muito revoltada com o transporte público no Brasil, pelo simples fato de não ser público, para além de toda corrupção que envolvem as empresas de ônibus)

"as coisas ficam muito boas quando a gente esquece"



Copiado e colado da minha Maninha. Oh! Saudade! Oh! Amor!

..................................

Judiaria

(Arnaldo Antunes / Lupcínio Rodrigues)

Agora você vai ouvir aquilo que merece

As coisas ficam muito boas quando a gente esquece

Mas acontece que eu não esqueci a sua covardia
A sua ingratidão
A judiaria que você um dia
Fez pro coitadinho do meu coração
Essas palavras que eu estou lhe falando
Têm uma verdade pura, nua e crua
Eu estou lhe mostrando a porta da rua
Pra que você saia sem eu lhe bater
Já chega o tempo que eu fiquei sozinho
Que eu fiquei sofrendo, que eu fiquei chorando
Agora quando eu estou melhorando
Você me aparece pra me aborrecer

sexta-feira, 20 de maio de 2011

olha



Chico (Buarque de Hollanda)

a mídia te fez assim

e eu aceito

meu sex symbol

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Universidade das Quebradas


por Tom Rodrigues

Quebradeiros

Acordo me levanto lavo o meu rosto
Levanto os braços estico meu corpo
dô glória a Deus pelo ar que respiro
por abrir meus olhos por estar bem vivo
só de ter um teto pra não se molhar
abrir os olhos e ver o dia raiar
se alimentar da energia do amanhecer
só de pensar que tudo de novo pode ser
pode acontecer
um novo dia
uma nova estrada
uma mente adaptada pra mais uma caminhada
se sentir em paz
e aprender cada dia mais
sem ter medo de errar
como é que se faz?
saber entender que ninguém aprendeu tudo
que eu posso aprender com todo mundo
quem viveu tudo?
quem sofreu tudo?
quem deu a volta ao mundo
eu não me iludo
o corpo vai mas a mente fica
no escuro
imaginação vale mais que experiência
a violência como defesa é inteligência
diz Malcolm X
com tanto ódio e revolta foi livre
um pouco diferente de Mather Luther King
pacificou com amor e também foi livre
não desisti Quebradeiros
insisti
Mandela com paciência honrou a sua origem
cada um procura a solução pro's seus problemas
tem que ter jeito pra tudo
esquema
só não pode frear
afundar
desistir
primeiro muda-se
tá disposto a mudar o mundo inteiro?
99 problemas pra mim, e pra você
depende de você
como vai gingar
como vai olhar
como vai se por pra resolver
depende de você
soluções pro's meus problemas, é viver.

...................................

Eu não tenho exposto aqui as coisas que ando fazendo. Porque estou num momento bem poético, então quando tenho vontade de escrever aqui me vem em forma de poesia, pensamentos soltos, divagações, devaneios, coisas assim. Músicas também. Tenho postado muitas músicas. Enfim.

Ando fazendo um curso de extensão que chama Universidade das Quebradas fiquei sabendo desse curso através de uma amiga e fiquei com muita, mais muita vontade de entrar. Então, quando soube da inscrição fui fazê-la. O curso é maravilhoso, mas as pessoas são incriveis. E esse poema que acabei de postar aqui em cima é de um Quebradeiro, recebi por e-mail e fiquei com muita vontade de compartilhar.

http://www.pacc.ufrj.br/arquivos%20pdf/proj_queb_02_2010.pdf

terça-feira, 17 de maio de 2011

coração vagabundo



Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer

(Caetano Veloso)

do avesso

eu já não sou mais a mesma

todo dia eu mudo

sou meio roupa

as vezes fico do avesso

segunda-feira, 16 de maio de 2011

oh

oh querida

vê se muda esse teu jeito

de me deixar tão sem razão


oh querida

vê se tropeça só contigo

que eu vou indo no meu ritmo


oh querida

pode ver (tua tv)

te escuto e me pergunto: por quê?


oh querida

tô seguindo


oh querida

tô tentando te entender


oh querida

só querendo compreender.

domingo, 15 de maio de 2011

Cazuza



Eu amo "Codinome Beija-flor".

sexta-feira, 13 de maio de 2011

200


Comemorando 200 postagens.

Relatando o meu susto. Logo quando estava comemorando as 200 postagens. Que é igual a duzentos momentos de dedicação a mim mesma, ao meu espaço, aos meus pensamentos, as minhas vontades, tristezas (muito mais) do que as alegrias (sem egocentrismos).

Acho que alguém deveria estudar, cientificamente, sobre isso. Porque conseguimos ou temos mais vontade de escrever quando estamos tristes do que quando estamos felizes? Minha hipótese é de que precisamos exorcizar a tristeza, de alguma forma, para algum lugar, de modo que "consigamos" nos manter e/ou parecer felizes (aquela coisa de descontar a raiva).

Enfim, bobeiras a parte.

Voltando ao meu susto! Foi que meu blog saiu do ar, pelo menos para mim. Não estava conseguindo acessá-lo. E tinha publicado um vídeo do Leandro e Leonardo com a música, "desculpe mas eu vou chorar". Porque andava chorosa com algumas coisas. Foi um susto grande, pensei que não conseguiria tê-lo de volta. Percebi o quanto estou apegada a ele (ao blog).

Logo, fui alterar minha senha e tentar avisar o blogger (blogspot) sobre um possível abuso, rackeamento. Sei lá! Realmente não queria acabar com essa relação assim, de repente.

Gente, estou brincando um pouco de fazer drama, acho engraçado fazer isso. Até porque não faço muito isso (drama) no meu cotidiano. Mas, tudo que eu escrevi aconteceu, de verdade. E realmente, não quero perder o contato com o meu blog, ou seja, comigo mesma, sem antes me despedir.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

adoecer

Hoje acordei passando mal.

Falta sangue pra esse corpo todo.

É quando estou me sentindo mais forte,

que adoeço.

Chega uma fraqueza,

que toma conta.

Esmoreço.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

pelo mundo

Admiro os sensíveis.

Os sensatos.

Os sinceros.

Os sorrisos.

Os serenos.

O silêncio.

................................................

Dicionário:

Sensível

Adjetivo de dois gêneros.
1.Que sente, que tem sensibilidade.
2.Que recebe facilmente as sensações externas.
3.Que pode ser percebido pelos sentidos.
4.Emotivo.
5.Susceptível (2).
6.Passível de receber modificações ou de sofrer determinadas ações.
7.Apreciável, considerável.

Substantivo masculino.
8.Música. O sétimo grau da escala diatônica natural. [Pl.: –veis.]

..........................................

Diatônico

Adjetivo. Música.
1.Diz-se de intervalo ou de escala cujos sons constitutivos são vizinhos e possuem nomes diferentes.
2.Diz-se de escala que procede, segundo a ordem natural, numa seqüência ordenada de tons e semitons.

descobertas

Acabo de descobrir que:

*Admiro pessoas que se expressam artisticamente (sem vergonha).

*Admiro aqueles que falam bem, que dominam a palavra na sua forma oral com simplicidade.

*Admiro pessoas que conseguem rir de coisas sérias. E conseguem ser sérios com coisas bobas. (A contradição, as vezes, pode ser vista e percebida como arte)

*Admiro aqueles que sabem o seu lugar (desde que lhe digam). Por isso, compreendem e aceitam o seu lugar ("cada um no seu quadrado").

*Admiro as pessoas que se arriscam a viver nesse mundo. (Com todas as suas complexidades e complexos)

*Admiro as pessoas.

domingo, 8 de maio de 2011

Dia das Mães

"Mãe, você é essa coca-cola toda pra mim."



Mãe, eu te amo!

sábado, 7 de maio de 2011

Lineu

As quintas-feiras, quando passa "A Grande Família", costumo me lembrar que o meu par perfeito é o Lineu.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

amizade

Nesses anos de Rio de Janeiro o que me fortalece e que me faz sentir na cidade maravilhosa são as amizades que construí. Hoje foi um dia de reencontro e foi muito bom ter estado com pessoas tão especiais e necessárias na minha vida. É o que me faz lembrar que a vida vale a pena.

Belchior

Che (Hay que endurecer, pero perder la ternura jamás)



"Desesperadamente eu grito em português."

...........................................


Hélio Oiticica (1937 - 1980)

domingo, 1 de maio de 2011

aos Trabalhadores (do mundo)

O Operário em Construção
(Vinicius de Moraes)

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.