quarta-feira, 19 de junho de 2013

Carta de despedida

Era 1º de outubro de 2009, o dia que consegui colocar em prática, uma ideia bastante vaga de algo que saia dessa minha cabecinha. Eu não tinha computador quando resolvi ter um blog, e sinceramente não sabia muito o que ia dar, como eu iria seguir. Sabia que era um lugar destinado a escrita. Tinha assistido o filme “Nome Próprio”, sobre a história de uma blogueira e tinha muita vontade de me expressar.

2009 foi um ano muito importante pra mim. Quem sabe um dia consiga contar por que? Mas ainda não me sinto tão segura assim, via blog, para me expor. Lembro de fazer um curso e conhecer uma menina que tinha um blog, lá fui eu perguntar como fazia para ter um. Ela me explicou pacientemente, e deve ter sido uma das minhas primeiras seguidoras.

O tempo foi passando, e o blog teve várias fases pra mim. Não abandonei a escrita no papel, é a minha preferida. Tenho muitos cadernos/diários. Já falei aqui, e realmente a escrita é uma companheira muito fiel, e necessária. As palavras ficam borbulhando na minha cabeça, se repetindo, me lembrando e pedem pra sair, a escrita é esse canal. É claro que as vezes canso, muitas vezes ignoro. E tantas outras tento esquecer. Mas ela volta, ela sempre volta. Eu sou bastante generosa.

Na maioria das vezes não gosto do que escrevo. Sim. Acho que repito muitas palavras. Acho minha escrita engasgada, acho meio gaga. Mas o que eu mais gosto nela e/ou no meu hábito de escrever é essa sinceridade e cumplicidade dela comigo. É a nossa relação, o nosso encontro, e o nosso amor. Nos alimentamos.

Quando tive a ideia de me presentear com um novo blog, já sabia que iria ter que escrever essa carta de despedida. Pensei sobre isso. E agora escrevendo aqui, tô deixando fluir tudo que me vem a cabeça, é um ato bastante raro. Normalmente minha escrita tem pesquisa, elaboração e correção.

Quando o blog nasceu, eu mandava ‘beijo’, no final do texto; achei engraçado isso quando vi agora (busquei pela data de nascimento do blog). Engraçado porque eu imaginava e tentava ser carinhosa com as pessoas que por algum motivo passassem por aqui.

Não sei a partir de quando isso mudou (?). Mas hoje eu escrevo no blog, sem esperar e sem saber quem me lê. Raramente recebo elogios sobre a minha escrita. E eu não era uma das melhores alunas em redação no colégio. Tenho o maior orgulho de me considerar uma aluna medíocre (na média), nunca tive maiores problemas, nem com português, nem com matemática. Fui uma aluna muito tranqüila (acho eu). Sou uma pessoa tranqüila!

Ainda na despedida foram 4 anos de muito respeito, carinho e gratidão, nesse espaço tão meu, e tão teu que aparece aqui. Foram anos dedicados as palavras do meu coração para os dedos. Foram anos de expressão de amores e dores. De mágoas, rancores. De alegrias, de tantas tristezas. E de muitas certezas. Certeza de saber que o blog, era só um blog e nada mais. Um espaço-tempo meu com o mundo reservado. Um lugar de fala (muda). Um lugar de muita delicadeza. Um lugar de muito café tomado.

O novo lugar ainda não foi criado. E tô morrendo de medo de divulgar. Mas sim, colocarei o link aqui, a partir de amanhã.

Tem uma mudança de plano. Me despedirei definitivamente no dia 30 de junho / 2013 (dia do aniversário do meu irmão mais velho). O mês de junho é o nosso mês. Ainda não sei como se dará a logística disso. O novo blog nasce amanhã, meu presente de aniversário de 27 anos. E o ‘Enquanto eu tomo meu café’, finaliza em 30 de junho próximo. Não sei como se darão as publicações. Mas elas existirão (eu acho).

Muitos beijos para todos que me acompanharam nesses 4 anos. E muito obrigada (principalmente pela leitura)!

Até!

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* Hoje é aniversário do Chico Buarque! Parabéns!

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