No dia 16 de outubro comprei talheres, foi difícil escolhê-los. Mas consegui. Ando num processo doloroso de adaptação, não queria expor tanto a minha vida pessoal aqui. Mas não tenho com quem conversar, então escrever foi minha solução para não pirar. Estou morando sozinha pela primeira vez na minha vida.
Falei sobre o processo de adaptação doloroso e pretendo botar pra fora isso aqui. São muitos choques e a escrita vai ficar confusa... enfim, vamos lá. Primeiro de tudo estou sem internet e no mundo de hoje viver sem internet é uma das coisas mais difíceis. Como tudo tem o lado bom, pra mim, é não ficar “viciada” na chatice do facebook, preferia não tê-lo (juro), porque simplesmente é impossível não se viciar. Ainda, não consegui resolver e instalar uma internet (barata), de preferência o mesmo valor da que eu tinha, e esse assunto (internet) é uma das pequenas labutas. Porque, agora, cuido de uma casa inteira, pequena, porém uma casa.
O segundo é que nunca foi meu sonho ou minha prioridade morar sozinha. Hoje tenho mais certeza, as circunstâncias caminharam para isso. Todas as possíveis pessoas (amigos, conhecidos) que eu poderia morar, optaram por morarem sozinhas ou com seus respectivos companheiros (casamento), constituir família (um dos meus projetos de vida). Antes, de escolher morar sozinha, sei que escolhi e sou totalmente responsável por isso, tinha a intenção de voltar a morar na casa da minha Mãe, durante muito tempo essa foi minha primeira opção. E uma amiga me falou que era muito compreensível isso, porque eu ainda não tinha uma família, isto é, não tenho um companheiro, marido, namorado, para começarmos uma família.
Continuando no processo de adaptação, sou uma pessoa extremamente comunicativa, adoro conversar, conversar de verdade, falar horas e horas sobre assuntos, coisas, idéias, reflexões, sou apaixonada pela linguagem. E isso é uma das loucuras de morar sozinho, não temos com quem conversar. Meu vaso sanitário faz uns barulhos esquisitos, e toda vez que ouço seu barulho penso: “ah pelo menos o vaso se comunica comigo”. Também gosto do silêncio, isso é uma vantagem de morar sozinha, e uma das melhores vantagens, ninguém e nada, ou quase ninguém ou nada, te perturba. Pelo menos não diretamente.
Estou curiosa para saber quanto tempo dura esse processo de adaptação. Em quanto tempo ficarei bem com todas essas questões. Acho que só depende de mim mesma. Depende de saber lidar com essa solidão (que talvez eu tenha escolhido indiretamente). Sim. Mas, não escolho ser sozinha.
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Obs.: Primeira visita! No dia 09 de outubro de 2011, domingo, Luciana Bastos veio me visitar. Querida amiga.
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