domingo, 7 de outubro de 2012

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Mc Leonardo
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Vovó e Freixo: dois malcriados!

por Juliana Peres

A vó Miriam (minha velha malcriada) ficou a campanha eleitoral inteira dizendo que não ia votar, que tinha mais o que fazer e não valia a pena, pois todo mundo era ladrão, apesar de achar que o Marcelo Freixo parece bom e merece o voto dela. Ontem de manhã ela disse "vou no mercado, se eu sentir vontade votarei".
Ela é orgulhosa pra admitir livremente quando muda de idéia, mas o orgulho a fez sofrer um pouco...
Quando voltou, veio rindo contando a peripécia: decidiu ir votar e não lembrava o número do Freixo. Procurava atenta o número no mar de santinhos que inundou a Praça Seca... todos 15... 15...14.. 15...22! Olhava de butuca pros santinhos que algumas moças distribuíam pra tentar ver os números... NADA DE FREIXO! "Nossa ele é muito correto mesmo!". Estava quase desistindo, quando reparou um senhor que parecia esperar por alguém na porta da Zona e se fez de criança pra ele: "Ah, queria votar, mas esqueci o número do meu candidato!"; o senhor perguntou qual era o candidato dela e quando ouviu a resposta abriu um sorriso e disse, "Ele é meu candidato também, acabei de votar nele e minha filha também está lá votando nele! O número dele é 50!". Confiante, vovó entrou, esperou, se identificou, apertou 5 + 0 + confirma e saiu rindo feliz de ter votado e rindo de si mesma por não assumir que votaria, o que a impediu de pedir pra sua neta primogênita escrever uma "colinha" pra levar na urna. De noite ao ouvirmos os resultados da apuração, ficamos tristes, mas vovó disse que tudo bem "Na próxima, ele já está mais conhecido, ele vai ganhar!". Vó é assim, se disse que vai chover... é melhor não esquecer o guarda-chuva!

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por Adriana Facina

Muito feliz com o resultado das eleições no Rio e em Niterói. PSOL ampliou muito sua bancada. Paulo Eduardo Gomes e Renatinho PSol foram os vereadores mais votados e ainda elegemos Henrique Vieira, que fez belíssima campanha. Teremos outra câmara em Niterói. Flavio Serafini despontou como nova liderança política, ganhando muito respeito, mesmo entre seus adversários. E, de quebra, ainda desbancou a campanha milionária do Zveiter.

No Rio, além de ampliarmos a bancada, elegemos Renato Cinco, com uma candidatura que traz o difícil tema do antiproibicionismo. Meu candidato, Mc Leonardo Apafunk, fez uma belíssima campanha, levando informação e debates fundamentais para nossa cultura. Marcelo Freixo se tornou agora um político com expressão nacional e tenho certeza de que sua trajetória está em franca ascensão.

Sei que muita gente está triste, porque não chegamos no segundo turno. Sobretudo aquela rapaziada que estreou agora na militância, nessa campanha tão bonita e inspirada. Para esses eu queria dizer algumas palavras.

Em primeiro lugar, não acreditem que a reeleição do Paes é fruto da burrice ou da alienação,ou mesmo da ignorância do povo. Nosso povo é sofrido e vota com o pragmatismo daqueles que matam um leão por dia pra sobreviver e dar de comer aos seus. Claro que existem os oportunistas, mas são minoria. A desigualdade do tempo de TV, a campanha nojenta da mídia corporativa e antidemocrática, os rios de dinheiros fornecidos por empreiteiras e empresas de transporte tudo isso conta. Mas conta mais o dinheiro no bolso, a promessa de emprego, as expectativas de oportunidades de vida. Essa pauta é mais relevante do que a das milícias ou da ética na política, por exemplo. E há uma lógica nisso que temos de reconhecer e dialogar com ela. Pensem em Gramsci nos cárceres do fascismo, tentando entender a derrota comunista e, mesmo naquelas condições dramáticas, se recusando a dar respostas fáceis e elitistas. O comunista italiano, naquelas condições, afirmava o núcleo de bom senso do senso comum e trazia a máxima radical: todos são intelectuais.

Esse povo que hoje reelegeu o Pae$ é o povo com que faremos a revolução e não outro. É com ele que aprenderemos, é com ele que dialogaremos. Estamos em processo, na luta e com humildade tentando aprender com nossas derrotas. Como diz o grande pensador Carlos Walter Porto Gonçalves, o dia em que conseguirmos nos comunicar com aquelas subjetividades que se entristecem no domingo porque a segunda está próxima, marcando um novo ciclo de exploração do trabalho e de vida sem sentido, faremos a revolução.

Luta que segue. Temos agora a primavera nos dentes. Nada poderá detê-la.

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