quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Lua

Ela nos chegou mais ou menos assim. Não gosto muito de expor as pessoas... mas vou ter que contar. Toda criança gosta de animais de estimação. Pois é! Por alguma “carga d’agua”, nossa Mãezinha não queria que tivéssemos cachorro. Mas criança é criança, e eu e meus irmãos acabamos colecionando baratas (mortas). Uma afronta possivelmente.

Mas a Lua chegou no dia que tinha que chegar. Um casal de amigos iria trabalhar em um sítio e não poderiam levá-la. Pediram se a Mãe podia cuidar. Mãezinha mais generosa impossível, ficou com a cadela. A Lua não nos salvou de nenhum "ladrão", não fez a proteção do lar, não obedecia em nada. Era a cachorra mais avoada.

E era toda essa sua rebeldia, que fazia nossa alegria. Nativos do Campeche, sabíamos do quanto é importante não levar cachorro a praia. Prendíamos a Lua, antes de colocar o biquíni, senão ela já sabia e logo fugia, se escondia... e nos seguia.

Mesmo assim, quantas vezes deve ter ido passear na praia sozinha!? Sem que seus “donos” soubessem?! Ora cachorro não tem dono, ainda mais cachorro vira-lata. A Lua se virava. A Lua nos virava. A Lua nos acompanhava.

Lua tenha certeza que sua presença na nossa vida será inesquecível. E mais na vida da Adriana. Depois dos filhos já crescidos, já fugidos, você continuou firme. Depois de quase perder a vida para um pitbul, nos mostrou e mais uma vez a Adriana o amor, o cuidado.

Lua, Lua, Lua... toda preta. Seu rabo torto, seu andar errado. As vezes te achava uma ovelha (acho que era o Daggo que dizia). Você deixa o seu Lenin, pra Maninha, e pra mim, o Sol (não sei se sabias, mas teu filho tem dois nomes). Você deixa seu jeito doido de ser. Você deixa a sua lembrança de uma cachorra quase, quase sem esperança. Você deixa o respeito de não fazer nem cocô, nem xixi no quintal. Você deixa o trivial.

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